Um dia eu quis viver como nunca, coisas que de mim não faziam parte. Isto chamo de sonho, ai de quem não sonha. Sonhos e ilusões se misturam muitas vezes no desejo de querer ser, porém limites destinados pela razão, quase sempre amputam as vontades mais sinceras. Racionalizar para quê? Trinta e um anos pesam, como o peso da mochila cheia de livros que carregava nos poucos anos de minha vida. A mochila, lá longe, pesava a inquietação de querer ter longos anos e viver o que avistava na vida de todas Grandes pessoas à minha volta. Num susto entrei na maquina do tempo e trinta e um anos me pesam. As costas doem...os pés se cançam...Mas quanto chão não foi pisotiado com cautela e carinho na fé da estrada possível para a felicidade e suas restrições responsáveis pela graça do dia-a-dia. Lágrimas mais pelos outros que por mim, esquentaram minha face porém, isso não me doi, não pesa, pois foram lágrimas choradas na esperança de meu ombro ser o alivio necessário em vários momentos àqueles que amei e amo. Trinta e um anos me pesam o estômago, feito a sensação do almoço de domingo na casa da avó que ha tempos não sentia o gosto e como tal, da um sono gostoso... e lembrança... a comida da amizade pesa um peso gostoso que sutenta, mas avisa que pode causar indigestão se os olhos forem maior que a vontade de ser e ter amigos. Ai cheiro de vó. Cheiro...cheiro... sempre me guiei por eles, sinto saudade cheirando no ar o amigo distante, sinto falta das viagens visualizando no cheiro as paisagens únicas que vislumbrei. Trinta e um anos pesam e como pesam! Que bom que agora pesam e arregalam meus olhos para a dieta da conduta correta, da moral estudada, dos exemplos gaugados, do desejo de SER HUMANO e de se perceber HUMANO, de ser percebido HUMANO. Trinta e um anos pesam, ao ponto de perder o equilibrio, pois os membros não sustetam o julgamento alheio guiado pela incapacidade de reconhecer-se também HUMANO. Trinta e um anos e agora pesam a somatória do desejo de atenção e compreensão. Trinta e um anos querendo ser e sendo, vivendo apesar de ilusório. Pesam agora os meses, cada dia mascaras novas caem, mascaras de mim que conhecia porém, não me reconheço nelas. Trinta e um anos pesam, um peso prazeiroso da compreensão de que SOU HUMANA.
Rabiscos do que sou, do que estou, do que desejo e não é mais ou o que pode ser. Quem sou eu? Quem estou? Quais homônimos, etc e tal me constroem? Enigmas...decifra-me...SERÁ POSSÍVEL? O espaço de meus espaços internos, externos, outros, outrem, de tantas vidas vividas. Verborragias poéticas que fazem parte de mim desde que meu mundo é mundo.
sexta-feira, 26 de março de 2010
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Eu Palco Eu Palco Eu Palco...

Espetáculo "Mulheres" 2002 - (plano alto: Carina Pereira, Talitha Mesquita, Gabriele Generoso, Patricia Chavarelli, Gabriela Santana, Thalita Reis / plano baixo: Janahina Araújo, Katia Moreira, Fabiana Lentini)
Continuas a me abençoar nos devaneios da madrugada. És cumplice.Suas crateras auditivas agradeço.

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