quarta-feira, 13 de julho de 2011

Tromba D´agua

De azul a cinza sincopada
Rasga aberto vento e raia
Faísca nas vetas moça dada
E a Rosa presa a raíz marvada
Tira do pé seiva invenenada
Sai de reto satanada
Que lá vem Tromba D´agua

domingo, 24 de abril de 2011

Uma nota sobre amizade

Como é dificil fazer amigos. É do tipo momentos, conquistas, prazeres e desprazeres, palavras ditas e não ditas...CONHECER acima de qualquer coisa. E quando os encontros são podados de acontecer? Egoísmos?... Dividir algo tão sublime dói tanto assim? Acredito de verdade que o que é bom para mim pode ser para o outro também. As pessoas não são colocadas em nosso caminho por acaso. Tenho certeza! Que pena...
... Que pena que o lembrar através de um objeto visto numa loja, feira, vitrine muitas vezes se confunda com interesse ou qualquer coisa que se pareça com moeda de troca. Que pena que fazer algo que trará o sorriso àquele que se deseja conquistar, como um simples jantar, seja ao fim, interesse... As vezes dizer para quem se destina o que se sente também faz parte da sinceridade de querer ou não fazer amigos.
Eu sou dessas pessoas bem bobas que se lembra daqueles que convive, e tem terno carinho, a todo momento. Dou presentes sempre que me lembro e acho gostoso dizer: lembrei-me de você! Sou daquelas que acredita no arrebatamento do olhar das pessoas assim que as conheço. Ultimamente conheci tantas pessoas com uma energia tão gostosa em sua intensão que o movimento para estar com elas é intenso, assim como me permito ser intensa em tudo que me arrebata e que traz nas "costas" a intensão de paz, amor, carinho. Digo intensão porque para aqueles com um mínimo de sensibilidade percebem que o que mais vemos nesse mundo é o contrário. Para mim então... quando esse encontro ocorre quero repeti-lo varias vezes, sempre que possível...
Estamos aqui de passagem e para quem já esteve na beira do adeus faz parte querer viver, estar, compartilhar a todo momento. Querer estar sempre ao lado daqueles que gostamos e queremos bem não pode ser algo forçado. Se assim o for, se afaste o quanto antes, pois aqui falamos da intensão de fazer amigos e forçar a barra, não faz parte do pacote.
Como dói a distorsão dos "sentires" ... Sabe aquela frase: nunca faça ao outro o que não gostaria fizessem a você? Então, eu sempre digo que gosto de fazer aos outros aquilo que gostaria fosse feito comigo. E isso da certo sempre ? Claro que não! Se não o que estaria fazendo nesse planeta que não é para evoluidos? Aqui é pra tentar sempre e tentar muitas vezes traz no pacote leituras erroneas das intensões que trazemos no coração. De qualquer forma tenho hoje 23/04/2011 que agradecer por me fazer perceber-me nesse lugar. Quem sabe outras pessoas que me arrebataram ao primeiro olhar pela energia carregada daquelas intensões que disse e me movimentaram ao desejo de tornar-los amigos, também confundam a lembrança e o querer bem com o oposto de amizade? Pode ser que falte o principal da amizade: CONHECER. Mas é preciso antes disso querer. E quando um não quer para que brigar? As vezes, infelismente é assim.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Desabafo

Tenho uma história... sou artista que dança pela vida desde antes de pisar nessa terra. Dei saltos, giros em palcos que só ocupavam meus sonhos e tornaram fatos reais. Aos 6 anos o inicio, aos 16 a maturidade, dos 18 aos 28 o auge. Ufa! Precisei respirar, mudar o sotaque, a pesquisa, os prazeres do movimento, a Dança. Sou artista, dançarina, pesquisadora do movimento, receptiva e concretizadora dele. Hoje ele se processa de forma tão singular!... Não precisa esforço, ele está ali, pronto, registrado como nunca antes, pois o que é Dança faz parte, punto e basta. Tantos atos, tantos espetáculos, tantas coreografias... E agora me angustio pelos primeiros passos nos caminhos das notas musicais. Um mundo em que diferente do primeiro, tão dificil encontrar apoio... Nossa...Tantos mundos particulares... Parecem se bastar. Ai que saudade do coletivo... Da troca...Do diálogo... Gostaria agora de nascer de véspera para esta arte que sempre esteve a serviço e agora quer nascer como em um susto. Como um grito às 04:00 da manhã, naquelas madrugadas surdas pelo silêncio. Pena depender da crença alheia (pena ter que sempre depender) que inexiste nesse momento até para aquela arte que me sustenta desde antes de nascer. Eles me viram nascer agora. No máximo tenho para eles 2 anos de idade. Não sabem das outras vidas da minha vida, não sabem dos caminhos que trilhei, construi... Então, quero muito acordar amanhã e gritar do fundo da minha alma: FODA-SE!!!!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

Fá Sustenida

É água do mar
É maré
É Lua Cheia
É Sal
È lagrim-ar
Tchibum...
Ah Beira-Mar!
Lá Fá!
Só Mi...

sábado, 31 de julho de 2010

Falando as Avessas.

Antes costumava falar comigo
Ou com as paredes
Ainda falo comigo
E as paredes gritam
Por cores

Preto e branco
Antes eram cores de ontem
E transbordavam da alma
A salivação de algo inconstante

Hoje continuo falando comigo
E gritando com as paredes
Elas escrevem histórias
Dignas de um autor letrado
Que não sabendo falar de si mesmo
Compara seu ninho
Ao romper das borboletas

Se elas pousassem na minha janela
Com mais frequência que antes
Hoje eu escreveria...

Escreveria...
Ouviria...
Experimentaria...

Histórias pretas e brancas
Em paredes de borboletas
Nascidas de uma vida
Inacreditável por esconder
Na "não cor"
Tanta beleza

domingo, 11 de abril de 2010

Abençoada Sois.

A Banda Matilda

Espera,
Da vida
Quem pensa,
Me diga
Melodia.

Cheiro de flor no ar,
Compositor de cór
Dos passos da letra
Papel menor.

Quem diria?
Quem te conheçe,
Não compra,
Se vende.
Entrega a alma.

Abençoada sois!
Jardim rogado,
Benzido e rezado.
Ah! minha preta!
Preta Fulôr.

Fase crescente, da cor.

À Cris Aflalo.


Cores, cores, cores...
E mais cores...
Sem dores,
Amarela Ela.

Roda sua saia crescente,
Cigana batendo pé.
Bate pé e canta.
Coberta está ela
Das palmas de seus ancestrais.

Cores, sem dores,
Dores das cores.
Dores mil cores.
Sorrisos Amores,
E flores.

Quem sois?
Tu és.
E por si só,
Porém,
Não mais só
Se basta
Batizada Flor.

Eu Palco Eu Palco Eu Palco...

Eu Palco Eu Palco Eu Palco...
Espetáculo "Mulheres" 2002 - (plano alto: Carina Pereira, Talitha Mesquita, Gabriele Generoso, Patricia Chavarelli, Gabriela Santana, Thalita Reis / plano baixo: Janahina Araújo, Katia Moreira, Fabiana Lentini)

Continuas a me abençoar nos devaneios da madrugada. És cumplice.Suas crateras auditivas agradeço.

Continuas a me abençoar nos devaneios da madrugada. És cumplice.Suas crateras auditivas agradeço.